sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Tradições de Ano Novo : A noite de Réveillon

Nessas andanças pelo mundo, esse será meu primeiro ano novo realmente comemorado no exterior. Vou me juntar a uma festa de amigos estrangeiros que se reúnem anualmente em algum lugar do mundo.

Este ano, será em Brighton, no sul da Inglaterra. Uma das coisas que me convenceu a juntar-me a eles foi o hábito de celebrarem diferentes tradições de ano novo nessa noite. Cada pessoa trás um pouco do seu país para essa noite.

Meu amigo inglês diz que não gosta de celebrar o ano novo porque é uma data artificial, do nosso calendário Gregoriano. Pra ele, celebrar os solstícios faria mais sentido.

O que iremos celebrar na próxima semana é o fim de mais um ano do calendário gregoriano. O nosso calendário atual nasceu na Europa em 1582, e foi instituído por um papa, o Papa Gregório, da um vem o seu nome. Quase todo o mundo vive nos anos civis baseados no calendário gregoriano.

Já o ano novo chinês muda a cada ano em relação ao nosso calendário gregoriano, e leva em conta tanto os ciclos lunares quanto a posição solar. Em 2015, ele começa em 2015, e a cada ano é atribuído um animal do horóscopo chinês. Passaremos do cavalo ao carneiro nessa data.

No Irã, o ano novo persa "Nowruz" é a data celebrada, e além dos fogos de artifício, uma mesa com oferendas é montada durante um mês. Em Viena conheci pessoas celebrando a data, que é relacionada com a primavera.

Para os árabes o início dos tempos é marcado pela chegada de Maomé à Meca em 622 (ano gregoriano). O calendário árabe é lunar, e possui em média 11 dias a menos que o calendário gregoriano.

Já que terei que compartilhar as tradições do Brasil com esses amigos na semana que vem, resolvi ajuntar minhas experiências aqui.

Luzes em Pocinhos, virada 2008-2009.


√ Calcinha nova
Essa é a tradição que eu nunca quebrei. Desde pequena, minha mãe sempre comprou a calcinha nova do ano novo. Ela era sempre branca, e com o tempo descobri toda a cartela das cores e seus significados. Recentemente descobri que, para além da cor, a calcinha (ou cueca) deve ser previamente lavada em água com sal, e deve ser presenteada por alguém.
Talvez minha má sorte tenha a ver com o fato de eu estar comprando as minhas nos últimos anos, hehehe.
Uma amiga argentina disse que por lá, a cor de praxe não é o branco, mas sim o vermelho.

Guia rápido para as cores

  • Branco - Paz
  • Rosa - Amor
  • Vermelho - Paixão
  • Amarelo - Dinheiro, bem estar material
  • Laranja - Criatividade, dinamismo
  • Verde - Renovação, esperança
  • Azul - Saúde, tranquilidade
  • Roxo/lilás - Espiritualidade
  • Preto - Proteção, Decisão


√ Pular 7 ondas
Quando meus pais decidiam o roteiro das férias, o Litoral Norte de São Paulo era quase sempre o destino escolhido.
Quando criança eu gostava mas tinha um pouco de medo. Adultos, garrafas de vidro, gente bêbada, congestionamentos, falta de vaga para estacionar, criava um ambiente mais hostil que festivo. Também não entendia as velas e oferendas a Iemanjá, e aquilo mais me assustava do que causava curiosidade.
Mas enfim: íamos a praia e pulávamos as 7 ondas.
Quando tenho água por perto, continuo fazendo.

√ Roupa branca
Dos rituais mais praticados no Brasil que eu nunca entendi muito bem.
Da minha memória, serve como grande desculpa para vendedores tentarem te fazer comprar aquela roupa branca que está encalhada na loja e não te caiu bem. E aí fica aquela peça de roupa branca mofando no armário por todo o resto do ano.

√ Comer lentilhas
Principalmente depois de me tornar vegetariana, a lentilha é garantida nas minhas viradas de ano.
Quando criança, me era dito que as lentilhas eram usadas para trazer dinheiro (porque tem o formato de moedas). E tinha que se comer sentada, sem por os pés no chão.
Mais do que dinheiro, a lentilha simboliza a fartura pro ano novo que vem.

√ Romã
Deve-se comer 7 grãos e guardar as sementes na carteira, envolvidas em papel branco, para trazer boa sorte no ano que se inicia.

Fora essas tradições "nacionais", eu gosto de queimar alguma coisa também na noite do ano novo: acender uma vela ou um incenso, se não houver fogueira.

São crenças, tradições, rituais, e funcionando ou não, não há porquê não fazer.
Se você conhece outros, por favor, compartilhe!


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E quando criança, no primeiro dia do ano, eu e minha irmã íamos na casa dos vizinhos dos meus avós pedir Ano Bom. A versão tupiniquim do Halloween.


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